PALMELA: O CASTELO, OS VINHOS, AS FOGAÇAS
A pouco mais de 40 quilómetros de Lisboa e inserida numa área onde predomina o Parque Natural da Serra da Arrábida, o Tejo a norte e o Sado a Leste, vasta área montanhosa e de floresta, Palmela pertence ao distrito de Setúbal e insere-se também na Área Metropolitana de Lisboa, tem pouco menos de 20 mil habitantes e a altitude máxima de de 378 metros acima do nível médio do mar, no local onde se localiza um dos seus ex-libris, o Castelo de Palmela.
Segundo os Censos 2021, o concelho tem 68 879 habitantes numa área de 465.12 km2. Faz fronteira com os concelhos de Benavente, Alcochete, Montijo, Vendas Novas, Alcácer do Sal, Setúbal, Barreiro e Moita.
O CASTELO DE PALMELA
“Com ocupação islâmica entre os séculos VIII-XII, o Castelo de Palmela foi conquistado por D. Afonso Henriques, em 1147 e definitivamente recuperado por D. Sancho I. Sede definitiva da Ordem de Santiago, de 1443 até à sua extinção, em 1834, a fortificação é Monumento Nacional desde 1910.
A posição geográfica do castelo permite um domínio estratégico de parte do estuário sadino, de uma vertente da cordilheira da Arrábida e das planícies envolventes que a separam do Tejo. Esta situação, noutros tempos, revestia-se da maior importância pelas ligações e possibilidades de comunicação que se estabeleciam com os castelos circundantes das linhas do Tejo e do Sado.
Dentro das muralhas do Castelo encontram-se: a Pousada Histórica de Palmela, situada no antigo convento da Ordem de Santiago; a Igreja de Santiago; as ruínas da Igreja de Sta. Maria, em cuja sacristia está instalado o Gabinete de Estudos sobre a Ordem de Santiago; o Posto de Turismo; lojas de artesanato e produtos regionais e, um Café-Espanada.” (in Castelo de Palmela (cm-palmela.pt))
A sua planta é de um polígono irregular, bem adaptada ao terreno onde está implantada e tem as suas muralhas “reforçadas por torreões de planta quadrada e circular.
A evolução do perímetro defensivo de Palmela pode ser compreendida pelo estudo dessas muralhas, dispostas em três níveis de cercas, sem fossos, separadas por sucessivas barreiras:
- a linha interna, remontando aos séculos XII e XIII, compreende à muralha mais antiga, amparada por duas torres cilíndricas e a torre de menagem, na qual se abre uma cisterna. Esta terá sido remodelada no século XIV, tendo a sua estrutura reforçada e a sua altura aumentada, coroada com ameias sigladas. Em seu interior, uma escadade cantaria une os vários pavimentos.
- a linha intermediária, erguida no século XV, é composta de muralhas mais robustas onde se inscrevem a praça de armas, a Igreja de Santa Maria (erguida no século XIIe reedificada no Renascimento), o Convento e a Igreja de Santiago de Palmela, obras góticas.
- a linha externa, edificada no século XVII, integrada por então modernos baluartes, revelins e tenalhas, visando resistir aos tiros da artilharia.
(In, Castelo de Palmela – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org))
AS FOGAÇAS E OS VINHOS
São um tradicional que pode adquirir um formato redondo ou imitar um cacho de uvas, como se pode ver na foto. Na sua composição entram produtos como açúcar, farinha tipo 55, erva doce, fermento, ovos, canela em pó, laranja, aguardente e banha. Encontram-se à venda em diversos pontos como a Casa Mãe da Rota dos Vinhos que comemora 20 anos. Aqui pode encontrar os melhores vinhos da Península de Setúbal, com destaque para algumas aguardentes e o célebre Moscatel.
Existem muitas marcas e vinhos de inegável qualidade, premiados internacionalmente e que na Casa Mãe da Rota dos Vinhos, bem no centro da vila, no terreiro onde existe também um velho coreto, podem ser adquiridos a preços bem interessantes e com um leque enorme de escolhas, dos brancos aos tintos e rosés.
“De qualidade certificada e aroma inconfundível, os vinhos de Palmela diferenciam-se entre tinto, branco e moscatel. Nos tintos, é a casta Castelão (“Periquita”) que predomina, dando origem a vinhos encorpados, de cor intensa e aroma cheio, com toques de frutos secos e especiarias.
Os brancos derivam de castas como Fernão Pires e Moscatel de Setúbal, com boa estrutura e aroma frutado. As castas Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo dominam nos vinhos generosos, para oferecer o centenário “Moscatel de Setúbal”.
Grande parte da história de Palmela está profundamente ligada à sua importância como região vitivinícola. Desde os tempos mais remotos que se pratica a cultura da vinha, por a região reunir as condições adequadas de solo e clima para a produção de grande variedade de vinhos. A sua fama deve-se à gama de castas existentes, predominando nas tintas o tradicional castelão enquanto que, nas brancas, se destacam Fernão Pires e Moscatel.
Desde finais do séc. XIX, figuras importantes marcaram a economia agrícola da vinha no concelho de Palmela. Alguns produtores de vinho destacaram-se na literatura vinícola, merecendo o reconhecimento nacional e europeu através da atribuição de prémios e medalhas de qualidade.
José Maria dos Santos é, neste caso, a personalidade mais importante que marcou, a partir de finais de oitocentos, a paisagem agrícola do concelho de Palmela. Instalou, no Pinhal Novo, um «mundo vinícola», adquirindo novas parcelas de terreno que arroteou e cultivou utilizando os métodos mais modernos. Ficou conhecido como o proprietário da maior vinha do mundo, plantada no Poceirão, que ocupava uma área de 2400 hectares, com 6 milhões de cepas, produzindo anualmente entre vinte a trinta mil pipas de vinho.
Já na entrada do séc. XX, outro destacado membro se afirmou no concelho de Palmela como «empresário modelo», proprietário da mais moderna adega de Portugal naquela época. Falamos de D. Gregório Gonzalez Briz e da Adega de Algeruz, unidade industrial única distinguida por estar apetrechada com o mais moderno sistema tecnológico de vinificação da época.”
(in, Vinhos (cm-palmela.pt))
Há ainda a destacar a zona dos Moinhos, visitáveis e com alguns percursos pedestres nas imediações, e onde se pode adquirir pão acabado de cozer em fornos a lenha e os bolos tradicionais, as fogaças.
Textos: António Lúcio, www.cm-palmela.pt e www.wikipedia.pt
Fotos: António Lúcio e Dina Pelicho