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AS MINHAS VIAGENS

20 de Outubro, 2018

DIA NACIONAL DAS LINHAS DE TORRES – RECRIAÇÃO HISTÓRICA “CRÓNICA DE UMA (QUASE)BATALHA”

António Lúcio / Barreira de Sombra

IMG_6207 (1).JPGA 20 de Outubro celebra-se o Dia Nacional das Linhas de Torres, criado para prestar homenagem e manter viva a memória da resistência dos portugueses, “aliadas à estratégia e engenharia militar que conseguiu proteger Portugal da ambição expansionista do império Napoleónico”. (1)

 

As denominadas Linhas de Torres constituem o “maior e mais eficaz sistema militar da defesa da história da Europa” (1) e são linhas entre o oceano Atlântico e o rio Tejo e resultam do trabalho de mais de 150 mil pessoas. Foram o ponto de viragem nas Campanhas Napoleónicas e são uma enorme referência na história de Portugal.

 

Esta muralha defensiva que teve na sua génese o General Wellington e o engenheiro Richard Fletcher é composta por 152 redutos, 600 peças de artilharia, 10 pontos de sinais para comunicações e cerca de 140 mil soldados portugueses, britânicos e espanhóis, outras tropas não regulares portuguesas e estende-se por cerca de 88 quilómetros.

 

“O GRANDE REDUTO DO SOBRAL - O FORTE DO ALQUEIDÃO

Localizado a 439 metros de altitude, permitia avistar toda a linha de montes e serras, do Rio Tejo até ao mar, vigiar e barrar os vales e caminhos próximos.

 

A sua posição fez dele, por excelência, o posto de comando das Linhas Defensivas de Lisboa, a partir do qual Wellington inspecionava, diariamente, as movimentações das tropas francesas.

 

A sua construção iniciou-se a 4 de novembro de 1809. De planta irregular, de forma a ocupar toda a frente do terreno, voltada para a estrada real, tinha uma área de 35000 m2, e incorporava uma grande diversidade de estruturas militares que garantiam o cumprimento da sua principal missão – barrar o acesso à capital do Reino. (…)

 

O COMBATE

O Forte do Alqueidão, situado no coração das Linhas, tinha capacidade para 1600 homens e estava munido de 27 bocas de fogo que protegiam a estrada real que ia de Sobral para Lisboa. Pela sua importância estratégica foi o único forte guarnecido com tropa de Linha e para o qual foram criadas especialmente as Companhias de Artilharia de Ordenanças da Vila de Sobral.

 

A 14 de outubro estava o Regimento britânico nº71 na aldeia de Seramena, no sopé do Forte de Alqueidão, colocando barricadas na estrada que ligava a Lisboa quando estas foram bombardeadas pelo general francês Jean-Andoche Junot.

 

Nesse dia, os franceses forçaram a aproximação ao Forte do Alqueidão e o ponto alto da conquista francesa na Europa foi atingido no cimo do monte do Sobral quando, o grande Reduto do Sobral, como era conhecido, demonstrou toda a sua força ao disparar contra o inimigo, levando á perda de mais de uma centena de franceses.

 

Também a colaboração da Guerrilha Portuguesa foi determinante para o sucesso da estratégia de Wellington e a vitória sobre os franceses.

 

Depois de Sobral, os exércitos de Napoleão nunca mais voltariam a ter iniciativa na Guerra Peninsular e a sua derrota definitiva viria a acontecer na batalha de Waterloo, a 18 de junho de 1815.” (1)

(1), in folheto do evento, organização Rota Histórica das Linhas de Torres