Viver no campo aproxima-nos mais da natureza, seja ela mais selvagem e com menor ou nula intervenção humana seja já dominada pelo Homem para seu proveito. E o confinamento a que estamos sujeitos não existe na natureza. Esta acompanha o ritmo das estações e permite-nos acompanhar o desenvolvimento de árvores, arbustos, flores, etc.
Subi de novo a Serra de Montejunto em tarde nublada e nestes tempos de pandemia para um passeio higiénico de mala à trela, ou melhor a tiracolo. Contrastes e singularidades nesta paigaem única e protegida, bem próxima de Lisboa e onde era fabricado o gelo que chegava à Corte na capital do Reino e do império.
Diz a canção "Ericeira onde o mar é mais azul /das belas praias do sul / de doirada e fina areia", e a verdade é que a tdodos contagia pela sua beleza, pela arquitetura antiga e ruas estreitas, pelo seu porto de mar, pelas furnas... enfim , por tudo.
O Atlântico nem sempre é meigo na forma como se espraia e esbate nas areias finas e doiradas ou nas rochas. Mas também isso lhe dá uma beleza única. O sol. em direcção ao ocaso, permite tonalidades bem diferentes e até invulgares.
Foi assim no final de mais uma tarde de confinamento em tempos de pandemia...
Não podemos parar o tempo... como não conseguimos deixar que a água, inexoravelmente, corra para o mar. Um relógio de sol marca a hora e no rio, as águas percorrem o seu sinuoso percurso em agitada e frenética velocidade, projectando-se em quedas que fazem as delícias de todos quantos as podem ver e desfrutar desses sons únicos.
O rio Sizandro, depois das fortes chuvadas desta noite e manhã, corre a uma velocidade estonteante por curvas sinuosas na zona de Gozundeira e Feliteira, localidades bem próximas de Sobral de Monte Agraço, para ir desaguar bem perto de Santa Cruz e mais ainda da sua bela Praia Azul.
Com o necessário confinamento a que estamos sujeitos, podemos, todos os dias, efectuar um passeio higiénico e desfrutar da natureza bem perto das nossas portas. É preciso partir á descoberta adquilo que achamos que já conhecemos mas onde sempre podemos encontrar coisas novas.
Andar de cabeça no ar não costuma ser bem entendido... mas nos dias de hoje, sentado numa pedra algures num monte ou serra, relaxe e desfrute do céu. Em poucos horas, por vezes até em poucos minutos, ele oferece-nos compoisições magníficas como algumas das nossas fotos demonstram.
Mas se não quiser passar muito tempo de cabeça no ar, caminhe pela floresta e pode conhecer um pouco mais da história das nossas múltiplas variedades de árvores. Uns troncos mais retorcidos, outros com líquenes, outros ainda com infestantes, ajudam a purificar o ar e a mente.
E se gosta de rios, pode apreciar a sua beleza, a beleza da água que corre em catadupa numa cascata de mais de 20 metros de altura directamente para o rio cujas águas rompem por entre árvores, pedras e desníveis e nos permitem outro diálogo com a natureza.