Aqueles que vivem mais perto do mar ou da serra, nem sempre o valorizam como aqueles que só podem desfrutar desses espaços no fim de semana ou quando um feriado ajuda a prolongar esse mesmo fim de semana. Com os raios de sol a aquecer o campo e o mar, anunciando a Primavera, bem visível nas árvores, nas flores e na fauna, é tempo de fazer-se ao caminho e visitar as praias da zona Oeste compreendidas entre a Ericeira e Santa Cruz e, ao mesmo tempo, desfrutar do que o campo nos oferece numa plêiade de cores única.
Venha connosco de Santo Quintino (Sobral de Monte Agraço) á Ericeira, Ribeira de Ilhas, Foz do Sizandro, e acabe no Aqueduto dos Arcos em Torres Vedras antes de degustar um magnífico pastel de feijão.
Em Tróia, na península a sul de Setúbal e na margem esquerda do Sado estão situadas as ruínas romanas que testemunham um grande complexo de salga de peixe erguido no século I e permanentemente em funções até 5 séculos depois. Mantém ainda restos de construções do que foi a parte habitacional, como a Rua da Princesa, que atesta o seu carácter urbano, ao mesmo tempo que o complexo de tanques de salga de peixes se espalham por todo o complexo. Existem ainda vestígios de casas, das termas ou banhos, necrópoles e um mausoléu.
De acordo com o folheto que é distribuído aos visitantes, “aproveitando a riqueza em peixe do Atlântico e a excepcional produção de sal nas margens do rio Sado, fabricava-se peixe salgado e molhos de peixe, entre os quais o famoso garum, que eram embalados em ânforas e levados de barco para Roma e outras províncias do Império Romano,” (1)
A visita começa pelas oficinas de salga. A primeira delas ocupa um área de aproximadamente 1106 m2, é a maior de Tróia e uma das maiores do mundo romano. De acordo com a informação disponível nos painéis informativos, teve duas fases. Entre os séculos I e II terá sido um espaço único com tanques ao longo das 4 paredes e um pátio central de boas dimensões e um poço. Depois foi dividida em oficinas mais pequenas.
A segunda oficina de salga era mais pequena apesar de pertencer à mesma fábrica de salga que a primeira. Os seus tanques eram mais pequenos e serviam para fabricar produtos diferentes. Funcionou até ao século V.
As termas eram propriedade do dono da fábrica, era um estabelecimento para banhos, com uma parte aquecida. Garantia os banhos dos proprietários e encarregados mas também dos trabalhadores fosse qual fosse a sua condição.
O mausoléu foi construído no século III e tem nichos nas paredes destinados às urnas com cinzas dos defuntos. No chão há sepulturas destinadas a enterramentos de corpo. Nas suas traseiras está uma necrópole, pensa-se que do século V com sepulturas de corpo inteiro, feitas com tijolo e pedras.
AS OFICINAS DE SALGA
MAUSOLÉU E NECRÓPOLE
TERMAS
OUTRAS IMAGENS DO LOCAL
Mais informações em (1) folheto da visita e www.troiaresort.pt